Foto do Cineteatro Éden, um dos cinemas clássicos de Lisboa, observando-se a sua fachada em toda a amplitude, virada para a Praça dos Restauradores e ladeada pelo Palácio Foz, do seu lado direito.
O Cineteatro Éden nasceu no local onde antes se encontrava uma grandiosa garagem de fachada envidraçada. Em 1914 aparece o primeiro Éden, numa versão que não era a que hoje conhecemos e apenas dedicada ao teatro. Depois disso houve uma segunda versão, que funcionou até 1929 e que foi encerrada por não reunir as condições mínimas de segurança segundo os critérios das autoridades competentes. Mas o Conde José Sucena, proprietário do imóvel, estava decidido a manter o Éden em funcionamento e em 1933 o espaço reabre, no formato que ainda hoje subsiste.
O desenho foi da autoria do arquitecto Carlos Florêncio Dias com importante colaboração do escultor Leopoldo de Almeida. A sala do Éden tinha então capacidade para 1622 espectadores, distribuídos por uma plateia, pelos camarotes laterais e frontais e por dois balcões, um de primeira classe e outro, mais afastado, de segunda classe.
A abertura da nova sala deu-se em 1937, com a estreia da peça “Bocage”, tendo estado presente o Presidente da República, Marechal Carmona. Passaram mais duas peças no Éden antes deste ser transformado em definitivo em cinema. A sua longa história de 50 anos de cinema trouxe muitas alegrias aos amantes da Sétima Arte. É verdade que nunca atingiu o requinte social dos extintos Tivoli e São Luís, mas foi a sala mais animada durante os anos difíceis da Segunda Guerra Mundial.
Como todos os cinemas clássicos de Lisboa, não resistiu aos novos tempos, tendo encerrado as portas em 1989, com a exibição do filme Os Deuses Devem Estar Loucos II. Depois disso foi usado pela Megastore Virgin, cuja inauguração contou com a presença das Spice Girls, mas que não resistiu muito tempo aberta. Mais tarde foi aproveitado para albergar uma Loja do Cidadão, função que mantém nos dias de hoje.