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A Rota da Seda – Curiosidades da Ásia Central

Rota da Seda
Rota da Seda

A Rota da Seda foi uma das mais importantes rotas comerciais da humanidade. Composta por vários itinerários, estas pequenas rotas, localizavam-se entre o Oriente e a Europa, nas quais as pessoas deslocavam-se através de caravanas em terra e por embarcações, no mar.

Esta rota foi bastante importante até ao descobrimento do caminho até à Índia pelo Vasco da Gama. Acontece que a partir desta altura, os portugueses ao descobrirem o trajecto marítimo até ao Oriente, o negócio da seda começou a definhar-se, pois os portugueses começaram a produzir e a vender seda para toda a Europa a partir do século XVIII (a mando de Marquês de Pombal).

“A Rota da Seda, é uma travessia pela qual se interligam imensas outras rotas comerciais mais pequenas, que entre si, constroem esta ligação importantíssima para o mundo comercial desde o ano 200 a.C.”

Mas antes disso tudo, podemos dizer que a Rota da Seda era a maior rede comercial dos períodos históricos mais antigos. Este circuito comercial ajudou ao desenvolvimento de grandes civilizações, nomeadamente na China, na Índia, no Antigo Egipto, na Pérsia, entre outros, tal como foi o responsável em dar início ao Mundo Moderno. O seu nome provém do material mais luxuoso e procurado em todo o mundo – a seda. Os chineses aprenderam e dominaram a produção deste especial tecido durante muitos séculos, o único povo que sabia o segredo do seu fabrico, o qual tiveram de o manter bastante bem guardado para que o seu negócio com os ocidentais continuasse por muito mais tempo (até à chegada dos portugueses).

Existia, outrora, muitas casas da realeza e burguesia dispostas a pagar muito caro por este tecido, principal motivo do movimento desta rota, por isso o seu nome. Por outro lado, o Ocidente tinha muito a oferecer e ensinar também aos povos orientais, traduzindo-se aqui numa partilha bastante producente e enriquecedora. Para além da seda, circulavam também outro tipo de produtos, essencialmente âmbar, coral, tecidos em lã, especiarias, pedras preciosas, ébano e pérolas.

Os vários itinerários da Rotas da Seda

  1. A Rota da Seda Continental, era dividida por dois caminhos: um chegava mais rapidamente ao Norte da China e o outro, mais ao Sul. A Rota Norte, passava pelo Leste Europeu, nomeadamente pela Bulgária, Mar Negro, Balcãs e Veneza, enquanto que a Rota Sul percorria o Turcomenistão, a Mesopotâmia e a Anatólia – que daqui seguia para o Norte de África.
  2. A Rota da Seda Marítima passava pela China Meridional, e vai até lugares como o Ceilão, Índia, Pérsia, Egipto, Itália, Portugal (travessia proposta a ser Património da Humanidade, por parte do Departamento do Património Histórico de Hong Kong).

Mapa da Rota da Seda

Mapa da Rota da Seda
Mapa da Rota da Seda

Entender a Rota da Seda: Como pode ver no mapa, a Rota da Seda atravessava um percurso da China até à Europa Ocidental. E não através de um único troço, mas sim desenhando uma malha, representando uma verdadeira rede de caminhos. A Rota estes imensos caminhos, por imensos lugares longínquos, através de caravanas e embarcações. Com esta rota, para além de produtos materiais, houve uma comunicação entre os diferentes povos, influenciando e trazendo acima de tudo, uma máxima admiração entre os povos do Oriente e do Ocidente. Hoje em dia, há quem tenha imensa curiosidade em fazer a Rota da Seda e passar pelos diferentes países que nela estão integrados. Aconselha-se que seja alguém já com alguma experiência em viajar, uma vez que poderá ser complexo desde a preparação da viagem (adquirir vistos para os vários países, vacinação, etc) até chegar ao terreno.

Algumas ideias de roteiros são: conhecer a Eurásia de comboio, ou percorrer o trilho desde a Europa ao Sul da Ásia, por terra. De Istambul a Xi’en, é a qual mais turistas e viajantes gostam de percorrer. Mas lá está, não são viagens simples. Se decidir fazer a rota completa, não se esqueça que deve aprender algumas palavras básicas em chinês, russo, persa, italiano, etc. (depende por onde passar). Se for no Inverno, tenha em atenção se algumas zonas onde pensa passar, se se encontra fechado ou intransitável. Normalmente, a Rota do Sul passa por Bagdad (iraque) e Damasco (Síria), a qual termina em Alexandra (Egipto) – o que neste momento poderá ser delicado visitar estes países devido à sua conjuntura política. Uma vez que irá passar por imensos países muçulmanos, tenha em atenção os seus costumes e tradições. O respeito é sempre o que devemos levar connosco, em primeiro lugar, quando viajamos. Especial atenção ao vestuário, que seja essencialmente discreto. Desfrute da hospitalidade do povo muçulmano, sempre muito prestável e simpático.

Curiosidades da Ásia Central

  1. 70% das obras de arte do museu de Cabul no Afeganistão foram roubadas nos anos 1990 e vendidos no mercado negro, incluindo peças como de ouro Bactrio de Tilya Teppe e o Marfim de Begram. Os talibãs destruíram mais de 2000 peças e estátuas, conotando-as de anti-islâmicas.
  2. O Mausoléu de Bakhautdin Naqsband em Bukhara no Uzbequistão é o local Sufi mais importante de toda a Ásia Central.
  3. A maior parte dos Tajiques são Muçulmanos Sunitas, mas os Tajiques Pamiri (das montanhas do Pamir) da zona do Gorno-Badakhsahn são do grupo Muçulmano Ismaili, Shiitas e por isso não têm mesquitas.
  4. Os Uzbeques ao contrário dos Cazaques resitiram à “russificação”, tendo ao longo dos tempos redescoberto e valorizado a sua rica cultura e costumes. Os cazaques são os mais “russos” de todos os povos da Ásia Central.
  5. A percentagem de muçulmanos na Ásia Central varia desde 47% no Cazaquistão, 75% no Quirguistão, 85% no Tajiquistão, 88% no Uzbequistão e 89% no Turquemenistão.
  6. O Mar Aral foi antes o 4º maior lago do mundo. É hoje reconhecido como o maior desastre ecológico artificial do mundo. Nos anos 80, cerca de 60,000 pessoas viviam da pesca e eram retirados cerca de 20,000 toneladas de peixe. Hoje quase tudo desapareceu na totalidade. O lago em 40 anos ficou reduzido a menos 16 metros de água, mais de 70% do lago desapareceu.

Diversidade Étnica

Vários séculos de invasões e migrações fizeram da Ásia Central uma grande mistura étnica.

Uma viagem de Ashgabat no Turquemenistão até Almaty no Cazaquistão revelam uma diversidade cultural muito grande, e, de caras diferentes, desde turcos, eslavos, chineses, médio oriente, mediterrâneos.

Antes da Revolução Russa de 1917, antes dos soviéticos chegaram à região, as pessoas classificavam-se entre eles ou como nómadas ou como sedentários, como turco ou persa, ou mesmo só como muçulmano, sendo a região um factor que chegava para classificação de pessoas.

Os russos mudaram isto, e com ordens de Estaline, foram classificados grupos étnicos diferentes, criando uma futura repressão étnica e um certo racismo entre os povos da região. Apesar da criação de vários problemas óbvios, os cazaques e os quirguiz devem aos russos a sua sobrevivência e a sua independência presente como estado.

Pessoas da Ásia Central

  • Cazaques (Kazakhs)
  • Quirguizes (Kyrgyz)
  • Pashtunes (Pashtuns)
  • Tajiques (Tajiks)
  • Turquemenes (Turkmen)
  • Uzbeques (Uzbeks)
  • Eslavos (Slavic)
  • Há ainda Tatares, Mongóis, Chineses.

Etnias em números

  • Há 3.6 milhões de turquemenos no Turquemenistão, 1 milhão no Irão e 650,000 no Afeganistão.
  • Há 4.4 milhões de Tajiques no Tajiquistão, 3.5 milhões no Afeganistão, 630,000 no Uzbequistão, 100,000 no Cazaquistão e 33,000 na China.
  • Há 18 milhões de Uzbeques no Uzbequistão, 1.6 milhões no Tajiquistão, 1.3 milhões no Afeganistão, 334,000 no Cazaquistão, 690,000 no Quirguistão, 396,000 no Turquemenistão e 14,700 na China.
  • Há 8 milhões de Cazaques no Cazaquistão, 1.1 milhões na China, 900,000 no Uzbequistão, 90,000 no Turquemenistão, 740,000 na Rússia, 70,000 na Mongólia, 50,000 no Quirguistão e 30,000 no Afeganistão.
  • Há 3 milhões de Quirguiz no Quirguistão, 180,000 no Uzbequistão, 143,000 na China, 300,000 no Tajiquistão e 3,000 no Afeganistão.
  • Há 7 milhões de Pashtunes no Afeganistão e 16 milhões no Paquistão.
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