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Subir ou descer o Rio Amazonas no Brasil?

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Subir ou descer o Rio Amazonas
Subir ou descer o Rio Amazonas

Ora aqui está uma pergunta que você pode nem pensar antes de preparar a sua viagem ao norte do Brasil. Muita gente tem o sonho de viajar num barco no Rio Amazonas, o segundo rio mais extenso do mundo, mas será que você já pensou se deverá subi-lo ou descê-lo?

Muita gente viaja no Rio Amazonas, descendo de barco, mas, eu vou-lhe dar uma dica muito importante que vai mudar completamente a sua viagem, e a sua maneira de ver a Amazónia. Quer saber o segredo?

Bem, quando eu vinha para o Brasil, na capital do Suriname conheci um inglês e um argentino, que estavam muito desiludidos com a sua descida do barco do Rio Amazonas. Eu pessoalmente, fiquei assustado já que esta seria uma das minhas viagens de sonho.

O que eles diziam era que não deu para ver nada das margens, ou seja, como muitas das vezes o rio é tão amplo de margem a margem, eles simplesmente não viram nada a não ser água de um lado e outro do barco.

Simplesmente o barco estava muito longe das margens e eles não viram nada. É aqui que eu dou um bom conselho… Em vez de fazer como a maior parte dos viajantes faz, que é descer o rio – vá ao contrário, suba. Porquê? Eu já explico melhor… mas antes veja um pequeno vídeo filmado de dentro do barco desde Macapá até Monte Alegre.

Margem do Rio Amazonas no Brasil

As minhas viagens no Rio Amazonas

  1. Macapá até Monte Alegre (35 horas barco lento)
  2. Monte Alegre até Santarém (4 horas lancha rápida)
  3. Santarém até Óbidos (7 horas barco lento)
  4. Óbidos até Oriximiná (1 hora lancha rápida)
  5. Oriximiná até Manaus (36 horas barco lento)
  6. Manaus até Benjamin Constant (156 horas barco lento)
  7. Benjamin Constant até Tabatinga (30 minutos lancha rápida)

Subir ou descer o Amazonas?

Bufalos Margem do Rio Amazonas no Brasil

Então é assim, todos os barcos do Rio Amazonas, quando descem, vão muito mais rápido porque vão a favor da corrente.

Dito isto, todos os capitães de embarcações optam por navegar rapidamente bem no meio do leito, para apanhar toda a força das águas.

Por outro lado, as embarcações quando sobem, têm que ir junto à margem na sua maior parte da viagem. A força do rio é tanta que os barcos que sobem optam por ir junto às margens onde a força do rio é menor.

Eu falei com todos os capitães dos barcos lentos em que viajei, e, todos me disseram a mesma coisa: subindo o rio é preciso ir junto à margem para o barco ir com menos esforço.

Assim, subindo o Rio Amazonas, pude desfrutar de paisagens lindas, ir vendo a vegetação, animais, fazendas, casas com estacas, manadas de búfalos e vacas, cavalos, crianças em canoas, pescadores nas canoas, muitas povoações perdidas na selva…

Inesquecível… Se eu tivesse descido, simplesmente tinha visto água e uma linha de verde bem lá no fundo já que iria no meio do Rio. Se está interessado em fazer esta viagem, então eu sugiro que você faça o seguinte percurso: Belém -> Macapá -> Monte Alegre -> Santarém -> Óbidos -> Manaus. Se você quiser continuar até à Colômbia ou Perú, então faz mais 134 horas de barco de Manaus até Tabatinga.

Ou seja, pude ver mais de perto a vida que se passa nas margens do rio. Fiz todas as viagens no convés, no espaço para redes, e, em muitas partes da viagem fui deitado, apreciando a paisagem passando e baloiçando na rede.

NOTA: Em Macapá visite a Fortaleza de São Jorge; em Monte Alegre visite as pinturas da Serra de Pay Una e a Serra do Pilão; em Santarém veja o encontro das águas, visite a Praia do Amor em Alter do Chão; em Óbidos não perca um passeio de canoa no Laguinho e subir à Serra da Escama para ver os canhões ingleses; em Manaus não perca uma visita guiada ao Teatro Amazonas, o encontro das águas, nadar com os botos e visitar uma aldeia indígena.

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